14 de jul. de 2017

A Bonequinha 2 De volta pra casa.

Míriam após três longos dias na casa de sua irmã, finalmente reencontra coragem para voltar à sua casa. Ainda muito assustada ela não se esquece da estranha transformação de sua querida boneca. Ao chegar em sua casa ela percebe uma grande bagunça e tão logo vai arrumar tudo. Agora sem os seus gatos e cachorros ela experimenta verdadeiramente a solidão extrema. Miriam sente calafrios por todo o corpo, após toda a arrumação ela percebeu um forte mal cheiro vindo do banheiro. Eram os gatos presos, todos morreram por asfixia.

Chorando ela retira um por um do chão do banheiro falando o nome de cada um dos gatos. Miriam é sem dúvida uma nova pessoa, e agora ainda mais solitária ela adquire uma força que jamais a teve. Miriam cria coragem e vai até a residência onde a boneca viva no corpo de uma velha senhora sentada no chão lhe chama de mãe.

Distante da casa Miriam nota que a porta está aberta, ainda com receio ela se aproxima lentamente, devagar se ponta de pés... Diante de seus olhos uma imagem perturbadora. Era a Boneca no meio da sala sentada sob um grande livro. O coração de Miriam pulsa forte, suando frio ela se aproxima e pega a boneca e o livro e corre para fora da casa. No lado de fora ela abraça a boneca como se nada tivesse acontecido, um sentimento materno corre dentro de Miriam, ela resolve levar a boneca de volta pra sua casa e também o grande livro, mesmo sem saber ler...

No caminho de volta para casa Miriam sente uma forte dor de cabeça, posterior a dor ela ouviu uma voz suave sorrindo alegremente, Miriam se assusta e ao mesmo tempo tem uma sensação agradável ao ouvir a voz. Miriam sabia de que de alguma maneira era a boneca em seus braços...

Chegando em casa ela coloca a boneca sentada em sua cadeira de balanço e puxa um banco para perto para conversar com a boneca.

Eu não tenho medo mais, pode me contar o que aconteceu com você? Eu prometo que guardo segredo entre nós. Disse Miriam calmamente. Com uma voz suave e ao mesmo tempo roca a boneca começa a contar a sua história...

Éramos uma família de três pessoas, eu a mamãe e o papai. Numa manhã de sábado estávamos tomando o café quando alguém bateu na porta, meu pai foi ver quem era e ao abrir a porta não havia ninguém... meu pai saiu até a varanda e nada viu, minha mãe sentiu algo estranho que a deixou arrepiada... isso durou muito tempo, papai voltou e ao se sentar de volta a mesa ele também se sentiu estranho. Papai teve um mal-estar de repente que só parou quando minha mãe se levantou foi até ele e começou a rezar.... Aos poucos meu pai foi ficando melhor e reagiu. Dias se passaram e coisas estranhas aconteciam em nossa casa. Desde pratos caindo no chão, janelas se batendo, vozes estranhas eram ouvidas por mim, apenas eu as ouvia.... Isso era muito ruim, o tempo todo a voz dizia que meus pais iriam morrer.... Eu chorava dia e noite não tinha paz. 

Miriam interrompe e diz: Mas você já é idosa, não é? Sim, isso tudo aconteceu na minha infância. Eu tinha 07 anos de idade, meus pais morreram estranhamente... Era madrugada de sexta feira eu estava assistindo TV quando ouvi meus pais gritando muito.... Quando fui até o quarto não estavam mais, a cama tinha pegadas estranhas com sangue, parecia um grande animal.... Depois disso eu fiquei sozinha durante três dias sem ninguém por perto. Numa tarde eu senti uma sensação, uma presença corri para o quarto dos meus pais na esperança de revê lós, quando entrei no quarto uma coisa um bicho horrível.... Estava sentado na cama me chamando! Corri e quando pensei que estava distante o monstro apareceu perto de mim... A minha única defesa foi colocar esta boneca de frente para me proteger... foi nessa hora que pude ver a alma de minha mãe me defendendo do jeito que ela fazia comigo e todos os vizinhos... rezando com suas folhas ela conseguiu fazer com que minha alma ficasse nesta boneca... desde então quando eu me sinto feliz o meu encanto pode revelar a minha verdadeira idade.

Mas este livro o que significa? Esse livro pertenceu a minha mãe, é unica coisa que desejei pegar. Agora ele é seu. Você pode ser minha mãe? Sim, você pode ficar comigo. Me diga o seu nome por favor... Me chamo Alice... Seja bem vinda Alice! Com um abraço forte Miriam segura a boneca e jamais se separaram.

Fim

Autor da estória: Lúcio Soares

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